sábado, 21 de julho de 2012

“A sociedade atual é modelada pelo medo”


A sociedade atual é modelada pelo medo: medo da fome, medo do desemprego, medo da pobreza, medo do terrorismo, medo da guerra, medo das alterações clima, medo de epidemias e medo de estranhos. Medos de inimigos visíveis e invisíveis, alguns reais e outros criado e impingidos à nossa sociedade. Sob o medo da fome, milhares são obrigados a emigrar, deixando para trás o seu país e, por vezes, a sua cultura, em nome da abundância e prosperidade que nem sempre correspondem à realidade. Sob o medo do desemprego, as pessoas são levadas a aceitar empregos degradantes, tanto para a mente como para o corpo, tornando-se quase escravos dessa parca fonte de rendimentos, que poderá cessar quando já não servir os interesses dos patrões.”
Pedro Cipriano
Nova Águia, número oito

Nas justas palavras de Pedro Cipriano, depois da Idade da Pedra, da Idade do Bronze, do Ferro e do Aço, vivemos hoje numa autêntica “Idade do Medo”. O termo pode parecer exagerado, mas de facto nunca houve tantos direitos e garantias formais e nunca estes foram tão falhos de aplicação. Teoricamente, vivemos num Estado de Direito, na prática, viemos condicionados de múltiplas maneiras e os poderosos possuem hoje à sua disposição de um leque cada vez mais abrangente de ferramentas para imporem a sua vontade sobre os mais fracos.
Os dois principais mecanismos que deviam assegurar a democracia contra os tiranos (económicos ou políticos) estão sequestrados: a Justiça é livremente manipulada pelos ricos que abusam do recursos e das prescrições para a subverterem e a Democracia Parlamentar que está limitada pelo monopólio da partidocracia,  da bovinização popular induzida pelos Media (reféns do poder económico) e por valores absolutamente notáveis de abstencionismo crónico.
O Medo manda. Os poderosos aplicam-no em doses cuidadosamente calculadas por forma a manterem uma ilusão de legalidade e democracia e os pobres aceitam-no sem protestarem enquanto se deixam entreter (pão e circo) por doses massivas de Bola e “diversão” de massas,  docilizante e acefalizante.  Condicionado pelo Medo, o Povo vegeta e, com ele,  todo um país que se deixa assim resvalar para um regime cada vez mais autocrático e sujeito aos grandes especuladores e “empresários” não-produtivos.
Portugal é hoje o País de múltiplos medos e,  sabendo-se que teremos durante pelo menos dez anos,  taxas de desemprego superiores a 12% então estão criadas todas as condições para que esta situação seja cada vez mais intensa e severamente penalizadora da própria energia anímica do país para o conseguir fazer erguer da situação quase terminal em que hoje se encontra.

Fonte: Quintus

4 comentários:

  1. Tudo que nos deixa apreensivo dá medo, né não? Acredito que a instabilidade sempre vai nos causar espanto. E hoje a Europa vive isso, e Portugal, que já foi destino de muitos brasileiros, inclusive de gente da minha família, vive um momento assim, já que a cada dia a taxa de desemprego aumenta, né? Mas, na verdade, o mundo está um caos... Não dá muito para pensar no futuro, senão a gente pira!

    Bom, é isso... Amiga, qnto tempo, hein! Hoje fiz um pequeno post no meu blog, apenas mais de 02 meses! Nossa, ando sem assunto! rs

    Beijo, e apareça!

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    1. Ange minha querida amiga,bom ver você por aqui!

      Eu morei no interior de SP, e aquela pequena cidade para mim parecia o lugar mais seguro do mundo, isso foi a 15 anos.
      Era muito comum ouvir as pessoas dizer aqui em SP:
      Vou me mudar pro interior,lá não sentimos tanta insegurança como aqui na cidade grande. Hoje eu escuto: Morar no interior está cada dia mais perigoso visto que a onda de violência chegou em todos os lugares.É uma triste realidade que representa esses tempos difíceis que vivemos.

      O medo vai imperar por que a sociedade se fez refém dentro da teia que foi tecida pela ignorância!

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  2. Ah, adorei o novo design do blog! Ficou ótimo :D

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