quinta-feira, 7 de junho de 2012

Papanicolau apresenta elevado índice de erro em seu resultado final

Ele é tecnicamente chamado de citologia oncológica, mas é popularmente conhecido como papanicolau. O exame ginecológico, utilizado para detectar a presença de alterações nas células do colo do útero que sinalizam doenças como o câncer de colo de útero e o HPV, faz parte da rotina de saúde preventina da mulher.

A recomendação é que seja feito pelo menos uma vez por ano para afastar o risco das alterações. A medida ganhou mais força após um dado divulgado recentemente pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) de que o papanicolau pode apresentar erro de até 60% em seu diagnóstico final.

A explicação para as falhas significativas seria por conta do processo de análise ser praticamente artesanal. Durante as etapas do exame, ocorre a perda natural de parte das células coletadas e isso faz com que o resultado fique comprometido. "Não é o médico ou o laboratório que erra na hora da análise. É o próprio processo utilizado, o principal causador das adulterações no resultado final, por isso é recomendável que as mulheres façam o papanicolau todos os anos. Assim, se passou alguma coisa em branco, dá para ver no ano seguinte", explica a ginecologista Luciana Crema.  
"Durante as etapas do exame, ocorre a perda natural de parte das células coletadas e isso faz com que o resultado fique comprometido".
Como funciona o exame
-Primeiramente, coleta-se uma amostra de células do colo do útero da paciente com uma "colher de raspagem"

- Depois, esta amostra é retirada da colher e colocada em uma lâmina onde será fixada e, a seguir, é colocada em uma solução que irá conservá-la durante o transporte até o laboratório

-No laboratório, a amostra sofre a ação de um corante chamado papanicolau (daí o nome popular do exame), que aponta as células alteradas

-O especialista faz a leitura microscópica das lâminas e obtém o diagnóstico final  
Papanicolau
Motivos das falhas
O resultado adulterado acontece quando ocorre a perda de um número significativo de células doentes na hora de analisar a amostra. "Dessa forma, o laboratório pode detectar somente as células saudáveis, dificultando a identificação de doenças como o HPV e o câncer de colo de útero", explica a ginecologista.

O mesmo pode acontecer quando a amostra sofre uma baixa no número de células saudáveis. "A paciente vai receber a notícia de que precisa fazer outros exames, porque o papanicolau detectou alterações sugestivas de alguma doença, de modo que se o procedimento estivesse correto não seria necessária de outra intervenção", diz Luciana. 
Técnicas alternativas

- Atualmente, os laboratórios optam pela execução do processo sem a transposição do material colhido da colher para a lâmina, assim, o risco de perda de material é menor.

- Outra alternativa confiável é combinar o papanicolau com outro exame bastante importante na detecção de doenças, a coloscopia, que, através da ação do ácido acético, funciona como uma espécie de lupa de aumento, possibilitando uma melhor visualização das células alteradas. 
"Quando feito todos os anos, seus índices de erro diminuem e, por isso, deve ser feito regularmente".
No caso de HPV
O exame de papanicolau é preventivo e não curativo, porém, no caso do HPV, embora ele possa indicar alterações que sugerem a presença do vírus não é capaz de dar indícios confiáveis deste diagnóstico, por isso, a alternativa mais eficiente para detectar o vírus é associar o papanicolau a uma pesquisa viral nas células, que é mais eficiente que o uso isolado do papanicolau.

Por que continuar a fazer o exame?
A ginecologista Luciana Crema explica que, embora falhe, o papanicolau ainda é o método mais eficiente na detecção de doenças graves, com o câncer de colo de útero, que se diagnosticadas a tempo, têm as chances de cura elevadas. "Apesar de apresentar falhas, o exame ainda é a melhor maneira para evitar doenças mais graves. Quando feito todos os anos, seus índices de erro diminuem e, por isso, deve ser feito regularmente", finaliza Luciana. 

Fonte: Minha Vida

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